Entenda o que é Clubhouse

    


    Na semana passada, uma nova rede social literalmente deu o que falar: o Clubhouse. 
     Trata-se de uma rede social de voz. Não dá para mandar texto para ninguém, nem trocar fotos, vídeos ou links. A única forma de interagir é entrar em "salas" onde as pessoas falam umas com as outras.
   Essa fórmula poderia resultar em desastre, especialmente com os ânimos exaltados da internet hoje, mas não foi o que aconteceu.
     O Clubhouse acabou se tornando uma plataforma para diálogos construtivos. Ouvir as pessoas falando sem precisar necessariamente participar da conversa dá uma estranha calma. 
    Outra razão para isso é o papel limitado que os algoritmos desempenham na plataforma. As pessoas tendem a escolher elas mesmas as conversas, por afinidade, conexões pessoais ou interesse, em vez de terem essas conversas escolhidas para elas por meio de algoritmos. 
    Outro elemento é que há uma impressão de diminuição da distância entre fãs e celebridades. Como as salas têm no máximo 5.000 pessoas, a sensação de proximidade se materializa, conjugada com sensação emocional provocada pela voz e pelos ruídos de fundo da vida cotidiana (bebês chorando, movimento da casa, sirenes etc.). 
    Resta saber quais serão os próximos passos do Clubhouse. Hoje ele é acessível apenas por plataformas da Apple. Quem tem Android não consegue entrar. Como a Apple tem apenas 11% do mercado global de celulares, os usuários da plataforma são hoje parte de uma bolha. Vai ser curioso ver o que acontecerá quando integrantes dos demais 89% ingressarem. 
    A concorrência também já bate à porta. Houve rumores de que o Facebook estaria criando um produto similar, e o Twitter já lançou o seu, chamado Spaces. Além disso, há sinais de que a tecnologia por trás do Clubhouse seja da empresa chinesa Agora, que teve valorização de 150% das suas ações. Isso mostra como várias inovações no mundo de hoje não são só do Vale do Silício, mas do Oriente. 
    O Clubhouse, na sua primeira semana, mostrou-se um oásis em meio ao estresse que domina a internet. Vale acompanhar o quanto esse passe de mágica irá durar.

     * Já era Importar-se com o número de likes no Facebook 
    * Já é Importar-se com o número de seguidores no Instagram 
    * Já vem Importar-se com o número de ouvintes no Clubhouse 


 (Fonte: Folha de S. Paulo – 14/2/21 - Ronaldo Lemos)








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