Dia 30/150: Interpretação de sonetos de Camões

 


        Oi, pessoal. 20% do  nosso curso concluído! Você já está percebendo seu progresso? 

    Ontem tratamos aqui das Funções da Linguagem.Hoje vamos ver como Camões, considerado o maior poeta da Língua Portuguesa, tão bem usou a função emotiva e a poética na construção de seus versos.







              Roteiro de hoje (dia 30/150): 

            1) Ler o texto abaixo, que apresenta aspectos da vida e da obra deste escritor/

        2) Resolver os exercícios propostos, a partir de dois sonetos de Camões.                                                                        

                                                                                                                                                          Bom trabalho aí!


                                                                        💙💙💙

        Luís Vaz de Camões é um poeta e dramaturgo português. Nasceu em Lisboa, em 1524, e morreu em 1580. Durante 17 anos, esteve longe de Portugal. Em terras estrangeiras, foi soldado, perdeu um olho em batalha e escreveu a sua obra-prima Os Lusíadas, publicada em 1572, dois anos após o retorno do poeta a seu país natal.

    autor pertence ao classicismo português. Suas obras são marcadas por uma visão antropocêntrica. Seus poemas são compostos em versos regulares. No caso dos sonetos,  o poeta utiliza também a medida nova (decassílabo). Adepto ao neoplatonismo, sua poesia idealiza o amor e a mulher amada. Além disso, apresenta temáticas como o desconcerto do mundo e o sofrimento amoroso.

     Não há muitas certezas sobre os fatos de sua vida. A maioria deles é baseada em hipóteses apenas, muitas vezes obtidas com base em interpretações de seus poemas.

    Assim, nasceu em Lisboa em 1524 e morreu em 1580. Depois de frequentar a Universidade de Coimbra, atuou como soldado, quando perdeu um olho durante combate em Marrocos. Morou na Índia por três anos e esteve, também, na Arábia, em Macau e em Moçambique. Assim, viveu, ao todo, 17 anos em terras estrangeiras, de 1553 a 1570.

“Luís Vaz de Camões”, de François Gérard (1770-1837).
“Luís Vaz de Camões”, de François Gérard (1770-1837).

    A sua obra-prima, Os Lusíadas, foi publicada em 1572 e obteve sucesso, de modo que a Coroa portuguesa passou a pagar uma pensão ao autor. No entanto, morreu pobre e foi enterrado em uma vala comum. Antes disso, na juventude, Camões, brigão e boêmio, foi preso, em Lisboa, por agressão e, mais tarde, em Goa, por dívidas.

    Outro fato marcante de sua existência foi o naufrágio que sofreu quando estava a caminho de Goa. Nessa ocasião, Camões conseguiu salvar-se e o manuscrito de Os Lusíadas. Reza a lenda que, nessa viagem, estava também sua amada Dinamene e que Camões precisou escolher entre a vida dela e a sua obra-prima. Dinamene então morreu afogada.


    Nas obras de Luís Vaz de Camões, é possível apontar as seguintes características:

  • Antropocentrismo: valorização do ser humano e de sua racionalidade.

  • Rigor formal: versos regulares (metrificação e rimas).

  • Medida nova: uso de versos decassílabos (10 sílabas poéticas), principalmente nos sonetos — um traço da poesia clássica.

  • Medida velha: uso de redondilhas (cinco ou sete sílabas poéticas) — uma característica remanescente do período medieval.

  • Idealização da mulher: perfeita física e moralmente.

  • Idealização do amor: neoplatonismo, amor espiritualizado.

  • Valorização de elementos greco-latinos: mitologia, arte e poesia.

  • Figuras de linguagem: antítese e paradoxo.

  • Principais temáticas:

  • Desconcerto do mundo: desconfiança da realidade devido à falta de lógica nos acontecimentos.

  • Mudançasefemeridadetransitoriedade: a natureza e o ser humano estão sujeitos a mudanças, não permanecem constantes.

  • Sofrimento amoroso: conflito entre o amor carnal e o espiritual.

(Fonte: brasilescola.uol.com.br)

💙💙💙

1) Leda serenidade deleitosa,
Que representa em terra um paraíso;
Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;


Presença moderada e graciosa,
Onde ensinando estão despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
Como por natureza, ser fermosa;


Fala de quem a morte e a vida pende,
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e comedido:


Estas as armas são com que me rende
E me cativa Amor; mas não que possa
Despojar-me da glória de rendido.


                                                                SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio


💙💙💙


Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
 
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
 
Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,
 
Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.


2)Segundo os versos do poema, o eu lírico:
a) está à procura do Amor.
b) está amando e cheio de esperanças.
c) está seguro devido ao Amor.
d) está sem esperança.

3) Ao se dirigir ao Amor, na primeira estrofe, percebe-se por parte do eu lírico um tom de:
a) súplica     
b) desafio          
c) ameaça       
d) euforia

4)  Por que o eu lírico não teme as novas artes do Amor?
a) Porque o eu lírico não possui mais esse sentimento.
b) Porque onde falta esperança não há desgosto.
c) Porque a esperança que ele tem o faz sentir mais seguro.
d) Porque ele não teme nada, nem os perigos de um mar bravo.

5)  Apresenta uma contradição a justaposição dos termos da expressão:
a) novo engenho  
b) bravo mar     
c) perigosas seguranças     
d) novas artes.

6) “Busque Amor novas artes, novo engenho”, o termo em destaque tem o sentido de:
a) artimanha         
b) trabalho                 
c) objetivo            
d) solução.

7)  De acordo com o eu lírico do texto, o Amor gera:
a) segurança          
b) esperança          
c) sofrimento 
d) dúvidas.

8)  “Amor um mal, que me mata e não se vê;” o verso sugere que o Amor é:
a) indefinido          
b) misterioso          
c) passageiro           
d) intransigente.

9)  A última estrofe revela que:
a) o eu lírico realmente é imune as artes do Amor.
b) o eu lírico busca descobrir as razões do Amor.
c)  o Amor ainda consegue atingir o eu lírico.
d) o Amor abandona o destemido eu lírico.

                                                
                                                                                         (Fonte: armazémdetexto.blogspot.com)

💙💙💙


                                                                                        Gabarito:1c /2d / 3b / 4b / 5c / 6a / 7c / 8b / 9c


                                 Até amanhã! Professora Lou





 

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