dia 9/150: Análise literária de "Quarto de Despejo"

     

        Oi, pessoal.  Ontem, aprendemos que , para escrever bem,  é preciso praticar bastante. A escrita requer treino, mas, principalmente, requer inspiração.  E inspiração não faltava à Carolina Maria de Jesus, sobre quem estudaremos hoje.


A mineira Carolina de Jesus (1914-1977) foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e ainda é considerada uma das mais importantes autoras do país

         Roteiro de hoje (dia 9/150): 

         1) Assistir ao vídeo com uma breve biografia sobre Carolina Maria de Jesus;

       2) Ler a notícia abaixo, para conhecer mais sobre a autora  e seu livro "Quarto de Despejo";

    3) Refletir sobre fragmentos selecionados da obra, para motivar você à leitura do livro todo;

        4) Participar do Clube de Leitura que acontecerá, via Meet, às 18h30.


                                                                             

                                                                                  Bom trabalho aí!

svg elegante florescer ornamental divisor decorativo floral geométrico abstrato arte

Link para o vídeo: 

https://www.youtube.com/watch?v=IufWv4430aA


💛💛💛

 

'Quarto de Despejo', da mineira Carolina Maria de Jesus, completa 60 anos


        A luxuosa sede da editora Francisco Alves, em São Paulo, presenciava uma noite diferente naquele 19 de agosto de 1960. Afinal, não era sempre que uma mulher negra e de origem humilde lançava um livro, ainda mais com uma recepção lotada, com mais de 1.500 convidados.
        Toda a alta sociedade queria conhecer a mineira Carolina Maria de Jesus, a catadora de papel transformada em autora que assinava “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”. No livro, ela revelava, com relatos calcados em sua vida, a realidade miserável da favela do Canindé, às margens do rio Tietê.
        O evento se tornou ainda mais curioso quando uma Kombi do jornal “Última Hora” parou na porta e de lá desceram vários moradores do Canindé, alguns deles descalços, para ver de perto o livro em que apareciam como personagens.
        Emocionada, a escritora parou de autografar para receber os vizinhos, que nunca haviam ido a uma livraria: a maioria não sabia ler. 
       Otimista, a editora Francisco Alves imprimiu 10 mil cópias do livro para o lançamento, tiragem alta até para os padrões atuais. Foi pouco: os exemplares se esgotaram em apenas quatro dias. Foram tiradas diversas reimpressões, um total de mais de 100 mil cópias vendidas, e o livro frequentou o topo das listas dos mais vendidos por um ano. O diário também comoveu o mundo. Foi traduzido para 13 idiomas e publicado em mais de 40 países, como Estados Unidos, França, Itália, Japão, Cuba e Tchecoslováquia.     
           Foi a primeira vez que a crítica ao processo de modernização excludente que o país passava foi feita pela própria vítima, uma mulher que estava à margem, miserável”, conta Eduardo de Assis Duarte, professor da pós-graduação em estudos literários da Faculdade de Letras da UFMG e coordenador do Literafro, projeto sobre literatura afrobrasileira. “A importância é mais do que literária: é documental, é um retrato de um Brasil que passa fome”, completa. 
          “Ela quebrou o cânone”, avalia o jornalista Tom Farias, autor de “Carolina: uma Biografia”, lançado em 2018. “A academia foi surpreendida por uma linguagem coloquial, porém com poder narrativo muito forte, muito precisa nas orações que ela faz”, explica. Junto do sucesso, vieram as críticas. “A intelectualidade torceu o nariz. Não admitiam uma mulher negra, que acusavam de iletrada, vender tantos livros como ela fez”, reforça.
        A publicação representou uma guinada de vida radical para Carolina. Em seis meses, ela conseguiu dinheiro para deixar a favela do Canindé, mudando-se para um sobrado no bairro de classe média de Santana, e, de lá, para um sítio em Parelheiros, área rural no extremo sul de São Paulo. 
         “Ela se torna popular em São Paulo: sai nos jornais e nas rádios todos os dias, vai para grandes festas, é convidada para eventos e jantares, passa a ter uma vida social intensa. Passa a ter a qualidade de vida que sempre desejou”, conta Tom Farias.
        A badalação, porém, durou pouco. Com a ditadura, em 1964, a obra de Carolina Maria de Jesus, mesmo sendo best-seller, acabou sendo relegada ao ostracismo. Afinal, não pegava bem a denúncia social em um país que se pretendia uma grande potência. 
 
Retrato
 
        Passados 60 anos da publicação, o relato em “Quarto de Despejo” passa por ciclos de redescoberta e ainda causa impacto em quem lê. O crescente interesse pelo livro vem acompanhado de uma curiosidade sobre a vida de Carolina Maria de Jesus e por toda a sua obra, que é analisada em universidades e exaltada por seu vanguardismo. 
         São pelo menos dois pontos que fazem com que o livro esteja cada vez mais em evidência. O primeiro é sua atualidade. “Os problemas apontados há 60 anos não foram resolvidos, continuam. A favela do Canindé não existe mais, mas existem centenas de outras. Nós continuamos com um nível de miséria enorme no país”, destaca Duarte.
         Ele também ressalta a permanência de um abismo social de desigualdade, que só se aprofundou. “Ela dividia a cidade em dois espaços: os bairros chiques são a sala de visitas, a parte social da casa, e a favela é o quarto de despejo, uma metáfora, onde se amontoa o lixo – nesse caso, humano”, completa. 
        O outro motivo para o atual sucesso do livro é que os excluídos estão se organizando. “A realidade brasileira projetou pessoas como Carolina para o que chamam de ‘empoderamento’ – eu prefiro o termo ‘apoderamento’ –, tomando conta da sua história, seus discursos e seu lugar de fala. Isso fez com que houvesse uma redescoberta dos textos dela, porque temas como a pobreza, o racismo, e a violência contra a mulher estão em ‘Quarto de Despejo’”, avalia Tom Farias.  
                                                                           
                                                                             (Fonte: https://www.otempo.com.br


















 

                                          Até amanhã! Professora Lou



Adesivo de Parede Quarto Infantil Galho Corujas e Pássaros - Quartinhos -  Adesivo de Parede - Magazine Luiza

Comentários

  1. Ótima análise Lou! Parabéns pelo blog 👏🏽👏🏽🥰

    ResponderExcluir
  2. Essa análise faz com que nós voltássemos no tempo e perceber isso de fato! Parabéns pela análise!!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigada por interagir comigo!