Questões linguísticas de Temer & Bolsonaro

   

         Falas formais viraram uma marca do ex-presidente Michel Temer. O uso de uma estrutura pouco usual até nas conversas mais cerimoniosas, como a mesóclise, acabou virando até motivo de piada, feita por ele mesmo.

        "Eu sei o que fazer no governo e saberei como conduzir. Se perceber que houve equívoco na condução do governo reverei essa posição, consertá-lo-ei", disse, seguido de uma risadinha. "Vocês gostaram do 'ei', né? Pois consertá-lo-ei." 
      
          Mesóclise é isto: uso de um pronome oblíquo intercalado a um verbo, quando este  estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise (pronome antes do verbo), construção mais usual na língua portuguesa  .


         Já o presidente Jair Bolsonaro, empossado hoje, prefere, como ele mesmo diz, textos curtos, informais, apresentando com simplismo soluções para problemas complexos do país. Suas frases são quase sempre fragmentadas, proferidas com uma dicção também pausada,  com uso de clichês, como "é preciso mudar isso aí", e função fática da linguagem, como "tá ok?"  

      Função fática é aquela que tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. 




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